Quando fui convidado pelo Terra para ocupar este espaço durante a Copa, me propus e divulguei aqui, que preferencialmente faria comentários técnicos. Consegui até ontem. Devido aos fatos recentes envolvendo a já desgastada relação entre o técnico Dunga e a imprensa esportiva brasileira (com raras exceções), que chegou ao seu ápice, espero, na entrevista coletiva pós-jogo contra a Costa do Marfim.
Há muito tempo, nós, técnicos, dirigentes e atletas profissionais, estamos alertando sobre os frequentes atritos entre os importantes segmentos do futebol. Escrevi “importantes segmentos” para deixar bem claro que considero a imprensa esportiva parte fundamental no crescimento do futebol e também que colabora em transformá-lo em um esporte rentável, com receitas extraordinárias, significando a realização profissional e financeira de muita gente competente.
É preciso ficar claro, porém, que a parte mais importante do futebol é desenvolvida pelas pessoas envolvidas diretamente com o futebol de dentro do campo. Cabe aos atletas jogar, aos técnicos montar equipes e treiná-las, aos dirigentes dirigi-las, ao torcedor torcer e a mídia analisar desempenho.
O futebol nos ensina com frequência que existem poucos conceitos definitivos e formulá-los, seja por parte da imprensa, seja pelo lado dos profissionais, é um exercício perigoso - já que estamos envolvidos diretamente com a forte paixão dos torcedores.
É muito comum encontrar escrito ou ouvir insinuações infundadas sobre a falta de caráter, falta de honestidade e até possíveis opções pessoais religiosas ou sexuais, contribuindo muito para incendiar, cada vez mais, uma relação que precisa estabelecer uma convivência diária.
Como resposta, acontece pelo outro lado, o lado dos profissionais de campo, um fechamento cada vez maior - buscando fugir da exposição exagerada de fatos que entendem, não deveriam estar sendo discutidos na mídia. Como vai ficar a cabeça do torcedor, nesta hora?
Certa vez, quando eu era técnico do Grêmio, exagerei na retenção de informações e fechei demasiadamente os treinos em um período específico. Ouvi de um competente dirigente que deveria ser mais inteligente e fornecer as informações possíveis de serem divulgadas. Disse-me ele: “se não forneceres nada, eles vão especular e publicar alguma matéria. Eles precisam fazer o trabalho deles”. Esse é o entendimento que nós, os profissionais, temos que ter.
Fica muito claro que o desrespeito chegou ao limite e não me venham dizer que os culpados estão de um lado só. Extremismos nesta hora não ajudam em nada e só colaboram para o surgimento de aproveitadores de última hora e quem sai perdendo é o “nosso” futebol.
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